sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Elizia a mãe das sete mulheres


Hoje aos oitenta e quatro anos, Elizia a mãe das sete mulheres, ainda esbanjando uma vitalidade invejável há muitos jovens, ela que gerou treze filhos, perdeu três recém-nascidos, criou dez filhos vivos, três homens e as sete mulheres. Elizia a rainha mãe que teve a coragem de lutar para educar seus filhos, foram várias as tentativas de tirarem algum dos braços dela, mesmo com tantas dificuldades ele não deu nenhum para adoção.

Os filhos homens são trabalhadores honestos, mas enquanto uns querem ter só homens para dar continuidade ao sobrenome, Elizia relata que Deus foi muito generoso com ela. A mãe das sete mulheres se sente honrada pelas suas crias, hoje que ela tem mais tempo, senta para comtemplar o sol e o céu, agradece a Deus por todas as bênçãos recebidas. Deus recolheu uma das sete filhas com apenas trinta anos de idade, na época a rainha ficou arrasada, mas com tempo compreendeu o amor de Deus, não esquece seu pedacinho que viajou, mas sabe que está em boas mãos, viveu intensamente esses poucos anos, e a vida segue com muitas lembranças boas.

Elizia a mãe das sete mulheres orgulhosa de cada sementinha que vingou, as professoras, as enfermeiras, todas tem mais de uma profissão, claro sempre tem uma que se identificam mais, mas não correm de serviço, não fogem da raia. Não tem como rotular quem faz mais ou menos coisas, as guerreiras parecem formiguinhas se preparando para o inverno.

A mãe é ela, Elizia se esbalda de felicidade, têm uma estrelinha no céu, e seis guardiãs na terra, todas de antenas ligadas, para qualquer emergência e para correr para o abraço.

Há momentos que todos não conseguem acreditar que toda a tempestade passou e todos sobreviveram. O rei faleceu aos cinquenta e seis anos, ele pediu para ser resgatado antes dos seus filhos, pois ele não aguentaria, suas preces foram ouvidas. Ele realmente não aguentaria a dor de ver um filho partir. Elizia resistiu, porém com seu coraçãozinho partido se apega com Deus, porque ela afirma que tudo tem seu tempo certo.

Elizia a mãe das sete mulheres, colocava cinco para dormir na mesma cama, não beijava nosso rosto, não contava historia, mas nos cobria com muito carinho e grande preocupação para não passar frio, a caçula dormia com ela, a mais velha tinha ido fazer companhia para vovó paterna.

Elizia que não parava um minuto, Deus a recompensou com a saúde, não ficou rica, mas ajudou seu companheiro criar seus filhos com dignidade, ainda atendia as crianças do vizinho pedindo comida na sua janela, meia noite e não conseguiam dormir com fome. A intuição dela já a deixava prevenida, quando era questionada por fazer tanta comida, ela dizia que não gostava de fazer pouco.

Enfim, Elizia segue com muito orgulho, as sete filhas carrega a genética infalível, trabalho, ânimo, coragem. Não podem negar a essência de Elizia que aos oitenta e quatro anos ainda frequenta o baile da terceira idade com seu companheiro quinze anos mais novo do que ela. E ainda faz um franguinho caipira que a gente não sabe se come chorando ou rezando de tão gostoso.

Elizia Rodriguês de Almeida, a mãe das sete mulheres e três homens, Eram treze filhos no total. Depois veio vinte netos e até o momento dezesseis bisnetos. É alegria para mais de metro, muita historia para contar.

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