quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Celular confiscado

Como é triste saber, ver e conferir que nem tudo termina com um final feliz. Ainda estou chocada ao ver pessoas tão bem instruídas,
Propagando uma liberdade que não têm.
 No trabalho parecem poderosos chefões e na vida pessoal são uns covardes; tão covardes que, para manterem as aparências, sujeitam-se a serem puxados pela coleira. Sim, são verdadeiros cachorrinhos dirigidos ou por alguém ou pela própria covardia em voarem livres.
Sabe, vendo esses exemplos, fico analisando a vida humana, suas virtudes assim como as suas misérias.
E a liberdade onde fica?

Elas sabem que a liberdade existe, gostariam de conhecê-la, de vivê-la, sabem onde ela está, mas não se dispõem a buscá-la.
Em uma época moderna, ainda não vêem os separados com bons olhos. A opção sexual ainda é objeto de crítica por parte de uma sociedade que não respeita o seu semelhante.
Sou a favor da família bem estruturada, mas também penso na felicidade, que para muitos não existe. Ocorre que ela existe e seria muito fácil encontra-la, tivessem coragem de buscá-la.
Vejo muitos fazendo terapia porque o amor acabou e o medo que possuem da sociedade, é tão grande, que estão vivendo em uma jaula, como leões famintos.
Uma situação dessa só acaba em depressão e não há remédio para ela, a menos que a pessoa se disponha a curar-se e no caso, indo atrás da liberdade que a fará feliz.
Recentemente, um senhor relatou-me a sua história. Disse-me que fez bodas de ouro, deu uma festa para os amigos e depois que todos  foram embora, ele chorou. Sua alma gritou: bodas de bosta, vinte anos de felicidade e o restante de sofrimento. Meus sonhos e desejos no baú foram guardados; no porão, foram trancados. Hoje, com mais de 60 anos, até meu celular foi confiscado.
Também confessou que há muito tempo adormece chorando, porque não teve coragem suficiente para mudar sua rota.
Agradeceu-me por ouvi-lo e seguiu sorrindo, dizendo que Deus foi generoso com ele, que fui o melhor presente. A menina dos seus olhos...
É, eu fiquei aqui, pensando no quanto perdemos tempo. Tempo que passa depressa demais



Um comentário:

  1. Boa tarde, Ana! É mesmo lamentável presenciarmos tantas vidas desperdiçadas pela simples falta de coragem de vencer desafios e sair em busca da felicidade que, quase sempre, está bem mais próxima do que imaginamos. Esta sua crônica está lindissima. Meus parabéns e um abraço com carinho e admiração.

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