Dois rivais,
que após um susto, resolveram fazer as pazes, uma inimizade e antipatia que
vêm de anos. Ela o temia tanto que já chegou subir e descer vários degraus com
a língua de fora, mas não se rendia. Por necessidade e obra do destino, ela
ficou sem saída, precisava ir até o decimo segundo andar, não podia recuar. E
lá vai ela enfrentar as escadas, quando chegou ao sexto andar, já estava
exausta, então parou na frente do elevador e pediu para um rapaz acompanha-la,
ele brincou, entrou e ia saindo, ela o puxou pela camisa e o colocou para
dentro, ele fechou a cara, depois riu. Assim ela chegou ao destino, fez o que
tinha que fazer e o drama se repete. Hum, não pensou duas vezes, sai correndo
como uma louca desvairada, desce desesperadamente, mas estava escuro, começou a
tremer, as vistas embaçaram e não conseguia mais dar um passo.
Uma luz
acende lentamente e seus olhos estão à frente do terror. Cara a cara com o
elevador, ele e ela, ali, parados, ela já havia se jogado no chão, canseira e
medo. Arrastando e esticando o braço, ela abre a porta do mesmo. Lentamente
entra e ele começa a descer. Após dois andares, o mesmo para subitamente.
A boca não
consegue abrir nem para gritar. Ela, sem saber o que fazer, olha o celular que
está no bolso e, tremendo, não tenta pegar. Cinco minutos presa ali, parece uma
eternidade, ela não sabe se chora ou sorri. Pois o pior dos pesadelos já estava
acontecendo. Sentiu um calor subindo pelo corpo e parecia que ia direto para
mata-la asfixiada.
Também teve a sensação de impotência e nudez.
Sem forças, encosta a mão na porta e levemente bate, o anjo do lado de fora
ouve. Vem correndo e dizendo: acho que tem alguém preso no elevador. E logo vem
o socorro. Nos braços daquele anjo sai carregada, e logo se restabelece. Depois
de muito tempo de reflexão, entendeu a lição, às vezes temos medos de coisas
que nunca vão nos fazer mal, nos protegemos tanto, às vezes perdemos tantas
oportunidades pelo simples medo de enfrentar a realidade.
Hoje ela já
consegue entrar nele, conseguiu equilibrar o medo e acredita que nada acontece
por acaso. Foi mais uma lição que aprendera, cinco minutos com seu corpo inerte
e a mente acelerada, fez com que visse muitas passagens, lembranças que reviveu
e um filme da sua vida assistiu. Onde pôde ver e constatar com seus próprios
olhos. E agora tenta descrever e transmitir. Não espera ser ouvida por todos,
mas não desiste de plantar a semente.
Ela e o
elevador agora se entendem até por telepatia.
Na maioria
das vezes que ela necessita do mesmo, ele aparece, claro que ela não resiste e
sorri. Mas dentro de sua sensibilidade, ela não consegue viver algo, ter suas
respostas, e guardar só para si. Instinto protetor necessita compartilhar e
tenta alertar... Não desperdice seu tempo, medos e obstáculos deve saber que
você é um ser pensante. Propenso a errar, se equivocar, mas também totalmente
capaz de reconhecer e corrigir seus erros, admitir que não é perfeito, mas que
é corajoso o bastante para recomeçar com dignidade.
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