A sobrevivente

 Por muitas vezes julgamos as pessoas pelas aparências, mas nem sempre temos ciência das cicatrizes que elas carregam, a pele por debaixo dos tecidos pode estar cortada. Infelizmente não é toda dor que pode ser sentida. A natureza humana te obriga a demostrar fortaleza, mesmo quando seu corpo não está aguentando se firmar.

A sobrevivente que lutou o tempo todo conseguiu sua vitória e aceitou seu destino. Uma guerreira que manteve seus princípios em meio a tantas propostas indecentes. Aquela que viu esperança em meio à escuridão. O tempo estava nublado e mesmo assim ela descrevia o azul do céu.

A pureza de criança que ela fazia questão de carregar e fazer uso, ainda levava nome de besta, mas na verdade ela sabia a magia de se manter conectada as boas energias. O universo a cobria de enlaces sobrenatural. Pessoas com certa sensibilidade conseguiam detectar aquela harmonia que contagiava com um olhar, ou com uma simples brincadeira.

A sobrevivente relata à importância do amor a vida, não importa o que aconteça no dia a dia, você não pode querer menos. Precisa estar consciente do que quer. E ter como objetivo ser feliz e fazer por onde conseguir. Recomenda o amor próprio, a confiança na possibilidade de uma caminhada árdua, que pode ser prazerosa ao mesmo tempo.

Não há meio termo, a luta é grande, momentos que surgem à vontade do tal desistir, não vou dar conta, não vou conseguir.  Mas a cada segundo é possível uma chama acender e ativar novamente o que chamamos de coragem. Embebecida de tal maneira levanta e segue.

A sobrevivente abriu mão das lamentações e exaltou a parte boa dos fatos. Cumpriu a máxima da vida, atingiu o ponto mais alto como ser humano nesta delicia de vida. O discernimento trouxe a paz. O que não pode mudar remediado está, nem tudo depende dela, mas a parte que cabia a ela foi feita com amor e muita garra. Visto que não foi compreendida em tudo. Mas o prato principal foi realizado.

A sobrevivente as adversidades conheceu e teve acesso ao milagre da vida. Mudou muitas vezes a rota, mas não perdeu a essência. Teve contato com coisas e fatos horríveis e não se deixou contaminar. A luz que a cercava foi o antídoto.

Uma guerra existe dentro de nós, vale a pena lutar soldado, sobreviver às tempestades e depois ter muita historia para contar. Emoções vividas e intransferíveis, mas é claro que podem ser compartilhadas e que sirva de exemplo para aqueles que perderam a fé. Vivemos hoje com uma corda no pescoço, mas a decisão é sua, afinal você é um ser pensante, reaja.

A sobrevivente já sofreu muito nessa vida, mas e daí? 

Nada ofusca a beleza da vida!